Um dos grandes legados do apogeu da borracha em Manaus é, sem dúvida, o majestoso Teatro Amazonas. Inaugurado em 1896, teve todos os benefícios que o “leite da seringueira” poderia comprar!
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Dai que para apreciar melhor sua beleza e arquitetura, o ideal é fazer a visita guiada que acontece todos os dias, em vários horários. Eu fui até lá e agora conto para vocês como foi!
Uma curiosidade sobre a Época da Borracha: ela aconteceu entre os anos de 1890 e 1910, quando a Amazônia tinha o monopólio da produção de borracha no mundo. A partir de 1910 o Amazonas começa a perder espaço para a borracha que era produzida na Ásia, diz-se que, com mudas de seringueiras contrabandeadas de Manaus. Que lástima.
Antes de entrar no prédio porém, preste atenção ao lado externo. Logo ao subir as escadas, olhando para cima, existe ali uma homenagem à música, à poesia e à arquitetura. De um lado estão a lira e uma máscara, do outro lado compasso e pergaminho.
Teatro Amazonas
O prédio, tombado pelo Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), levou aproximadamente 12 anos para ser concluído. Primeiro a cargo da empresa italiana Rossi e Irmãos, que teve seu contrato cancelado pois a obra não andava. Quando Eduardo Ribeiro assume o governo do Amazonas toma para si a responsabilidade de terminar o serviço!
Para isso ele manda trazer de fora, principalmente da Europa, os materiais e mão de obra necessários para a conclusão do Teatro. O único material local usado foi a madeira, abundante na região. E o material elétrico que veio de Nova York.
Sua cúpula, com as cores da bandeira brasileira, foi criticada na época pois todos acharam que Eduardo Ribeiro estava cometendo uma extravagância.
Suas telhas, envernizadas nas cores verde, branco, azul e amarelo, vieram da Alsácia, região francesa especialista nesse tipo de produto. E foram colocadas sobrepostas, como escamas, o que permite seu formato arredondado.
Contam os livros que elas vieram de navio e ficavam em redes, para evitar que quebrassem durante a viagem! Contos e lendas do Amazonas.
A visita!
Parada obrigatória para quem vai ao Centro Histórico de Manaus, o Teatro Amazonas oferece visitação guiada no melhor estilo Bélle Epóque, levando o turista a caminhar por cerca de uma hora por seus corredores, salões e camarins.
Mas antes da visita começar nossa guia informa sobre o que podemos fazer: como tirar fotos sem flash. E o que não podemos fazer: como levar alimentos e bebidas lá para dentro. Fica a dica!! 😉
Depois dos avisos seguimos para a plateia do Teatro, para admirar o espaço, suas pinturas, máscaras, o teto, mobiliário e a linda tapeçaria do pano de boca ou comumente chamada de cortina do palco.
Suas poltronas não são mais as originais. Elas foram substituídas por poltronas estofadas, pois as antigas eram de palhinha, que ao longo dos anos foi secando e desgastando. Mas alguns exemplares foram guardados e estão expostos.
Hoje entre plateia e camarotes, o Teatro Amazonas dispõe de 701 lugares.
Sobre o pano de boca, a peça foi confeccionada pelo artista plástico pernambucano Crispim do Amaral, quer era cenógrafo em Paris. Para que a pintura não sofra danos o pano não enrola, subindo reto pelo teto. Achei fascinante! Em outros teatros geralmente eles abrem de forma lateral.
Conforme a guia, seu desenho faz alusão ao fim da Monarquia no Brasil. Ela mostra uma cortina se sobrepondo ao brasão da Família Real, como que finalizando aquele ato.
Salão Nobre
Na segunda parte da visita vamos para o primeiro piso conhecer o Salão Nobre onde aconteciam grandes recepções nos intervalos ou ao final dos espetáculos.
Esses eventos reuniam a nata da sociedade manauara, convidados ilustres e os próprios artistas que vinham se apresentar no Teatro Amazonas.
O Salão ficou pronto três anos depois da inauguração do Teatro e em sua construção foram utilizados os melhores dos melhores materiais que se podia comprar! As colunas são de mármore Carrara e seus trinta e dois candelabros de Cristal de Murano.
O teto é o segundo no Brasil, pintado com motivos profanos, representando a “Glorificação das Belas Artes na Amazônia”. Sua pintura produz uma ilusão de movimento, pois de onde se olhe na sala, a imagem nos acompanha.
Seu assoalho possui 12 mil peças, feitas de madeiras nobres como pau-brasil, carvalho e jacarandá. Todas encaixadas pela técnica de marchetaria, que não leva cola ou pregos.
O desenho do piso é de Domenico de Angelis (pintor italiano que também trabalhou no Teatro da Paz, em Belém) e representa as folhas das árvores da floresta.
Eu só fico pensando na trabalheira para encaixar essas pecinhas!!
Depois de ver tudo isso é que se entende um pouco de como vivia a alta sociedade de Manaus, no apogeu da produção da borracha. O que não se pode negar é que eles souberam aproveitar!
Uma última curiosidade! O calçamento nas ruas do entorno do Teatro foi fabricado com uma liga de borracha, para que as carruagens ao passarem por ali não fizessem barulho e atrapalhassem os espetáculos, já que as janelas precisavam ficar abertas em função do calor.
O Teatro Amazonas já passou por grandes reformas e uma minuciosa revitalização em 1989, sendo totalmente recuperado em sua grandeza. Mas suas manutenção e conservação são diárias.
Afinal, esse senhor de mais de 120 anos precisa de cuidados regulares, para estar sempre altivo e promovendo belíssimos espetáculos. Entre eles os do Festival de Ópera do Amazonas, que acontece nos meses de abril e maio, e que movimenta a cena cultural da cidade.
Gostaram? Conseguiram se transportar para o Século XIX e se imaginar assistindo a uma ópera no Teatro Amazonas? Eu espero que tenham curtido e caso não conheçam, não esperem! Quando tiverem oportunidade vão até lá. 🙂
TEATRO AMAZONAS | INFORMAÇÕES
Endereço: Rua 10 de Julho, no Largo de São Sebastião. Visitação: domingo e segunda, das 09h às 14h. Terça a sábado, das 09h às 17h. Ingressos: R$ 20.
Estudantes, militares, professores e os acima de 60 anos, pagam meia. Nascidos no Amazonas com identidade comprovada, tem entrada gratuita. A visita acontece em três idiomas: português, espanhol e inglês. *Aos domingos só não ocorrem visitas se estiver acontecendo algum evento.
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