Centro Histórico de Blumenau, um passeio imperdível

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Nesta segunda contribuição para o projeto #MoradorTurista vou falar sobre o Centro Histórico de Blumenau. Passeio necessário para quem vem conhecer a cidade e quer saber mais sobre sua fundação, colonizadores, costumes.

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O passeio pode começar por qualquer extremidade da Rua XV de Novembro, “coração” financeiro, comercial e histórico de Blumenau! Claro que a cidade se expandiu e o comércio dos bairros é fortíssimo, mas a Rua XV traz consigo o charme dos antepassados, misturado ao progresso da atualidade. Era conhecida por “Wurtstrasse” ou Rua da Linguiça, por ser estreita e cheia de curvas!

Depois foi chamada de Rua do Comércio, até receber o nome atual, em 1890. Em seus 1.590 metros de extensão encontramos de tudo. Lojas, bancos, cafés, bares. Nela acontecem os desfiles da Oktoberfest e a Stammtisch, festas alemãs muito populares! Já deu pra entender que a Rua XV é a queridinha por aqui, né?!!

A caminhada pode iniciar, como falei, tanto pela Prefeitura, no entroncamento da XV com Amadeu da Luz e Av. Pres. Castelo Branco ou na junção da Rua Itajaí, com a Alameda Duque de Caxias, a famosa Rua das Palmeiras. Fica ao gosto do visitante! E sim, conhecer o centro histórico é melhor caminhando, para não perder detalhes sutis, como as plaquinhas afixadas nos prédios, contando o ano e estilo de construção, e a que família pertencia!

Ou “as sombras” dos prédios, reproduzidas na via! Em 1999 as pedras antigas foram substituídas por lajotas coloridas e mais de 30 imóveis foram recuperados e tombados pelo Patrimônio Estadual. Desses, pouco mais de 10 têm suas formas rebatidas na rua, as tais “sombras” de que falei!! Achei a ideia muito legal. Ainda não consegui uma foto bacana pra mostrar, mas assim que der certo, eu atualizo aqui!

Mas então tá né? Vamos começar? Daremos início ao nosso passeio pela Rua Itajaí com a XV e Rua da Palmeiras, no Museu de Hábitos e Costumes. Instalado em um casarão do século XIX, residência da Família Salinger, retrata, através de roupas, utensílios domésticos, mobiliário, malas de viagem, brinquedos, porcelanas e um sem número de outros objetos, a moda e os costumes dos moradores de Blumenau, no século XIX e início do século XX. Eu gosto muito desse museu, cheguei a fazer serviço voluntário lá, quando cheguei na cidade. A Karen, a gerente, é uma querida, assim como as meninas que fazem a visita guiada. Leia mais sobre ele aqui!

Continuando… Rua das Palmeiras, Alameda Duque de Caxias. Ela foi a primeira rua planejada da colônia, na época chamada de Stadplatz. Nela moravam as famílias mais abastadas e proeminentes, incluindo o Dr. Hermann Otto Blumenau, o fundador da cidade. As primeiras palmeiras foram plantadas em 1876, trazidas do Rio de Janeiro, por isso foi chamada de Palmenallee (palmeira em alemão). Em 1942 recebeu o atual nome. Toda vez que passo por ela, se tenho oportunidade, faço uma foto!!

Nesta rua fica o Museu da Família Colonial, que é composto por três casas, o Parque Horto Botânico Edith Gaerther, uma espécie de laboratório, para as experiências botânicas do Dr. Blumenau  e o inusitado Cemitério dos Gatos. As casas pertenceram a Edith Gaerther, sobrinha-neta do fundador; à Sra. Renata Dietrich e aos irmãos de Edith.

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A casa da direita, pertenceu a Edith Gaerther e a da esquerda, era da Sra. Renata Dietrich. Essa, datada de 1858, foi a primeira edificação estilo enxaimel de Blumenau.

Nesse local também ficaram as casas do Dr. Blumenau. A primeira levada em uma enchente por volta de 1880, que atingiu 16 metros de altura, e a outra, também levada por uma enchente, mas a de 1983 (como vocês sabem, essa coisa de enchentes aqui na região é muito séria).

Os pertences do fundador, que conseguiram ser salvos, estão expostos na primeira casa, que foi de sua sobrinha, Edith, além de pertences da própria e doações de moradores da cidade, que foram chegando. Como mobiliário, roupas, utensílios domésticos, livros, documentos, etc.

Das curiosidades da casa, no quarto com os pertences do Dr. Blumenau, um “aquecedor” para  usar no inverno! Enchia com água quente e colocava nos pés, nas noites frias. Parece uma chaleira de ferro. Devia pesar isso hein??! E o baú, que na verdade era um cofre, trazido da Alemanha cheio de documentos e algumas jóias, que se perdeu na viagem, sendo encontrado anos depois às margens do rio, com tudo dentro. Baita sorte!! 

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Edith Gaerther, retratada com um de seus gatos! Era atriz de teatro em Berlim, mas largou tudo para voltar a Blumenau e cuidar de dois irmãos doentes. Nunca casou ou teve filhos. Viveu sua vida reclusa e acompanhada de muitos bichanos. Ao falecer, em 1967, tinha 50 gatos !! Deixou tudo, em testamento, para a cidade de Blumenau, para que fizessem um museu.

 

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Cemitério dos gatos! Com direito a nome na lápide e tudo !

Acima, o Horto Botânico Edith Gaerther, com várias espécies plantadas pelo Dr. Blumenau. Era o jardim da casa. Devia ser super agradável morar ali, tendo um espaço desse como quintal!

Saindo do Museu da Família, passamos pele prédio da Fundação Cultural de Blumenau, que foi sede da Colônia, a partir de 1875. Em 1939, a Prefeitura Municipal se instala ali, assim como o Fórum e demais repartições públicas.

Em 1958 um incêndio de grandes proporções atinge o prédio, destruindo boa parte de sua estrutura e inúmeros documentos históricos. Entre os anos 1990 e 2000, é reconstruído e aberto ao público como Centro Cultural, com espaços para música, um pequeno teatro e um salão onde sempre tem uma exposição acontecendo.

Ao seu lado está o Mausoléu Dr. Blumenau, espaço criado em 1974, para celebrar os 150 anos da imigração alemã no Brasil. Ali se encontram os restos mortais do fundador da cidade e de seus familiares. 

Bem em frente ao Mausoléu fica a Praça Hercílio Luz, palco dos principais eventos, na época da Colônia. Compreende o Marco dos Primeiros Imigrantes e Monumento Voluntários da Pátria.

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Neste espaço temos ainda o Museu da Cerveja. Criado em 1996, conta com peças da antiga Cervejaria Feldmann e da Cervejaria Brahma. Assista ao vídeo que conta toda a trajetória dos cervejeiros em Blumenau e depois visite o museu. Aqui eu conto mais sobre ele!

Como ninguém é de ferro e saco vazio não para em pé!!! Antes de continuar a andança, aproveite e almoce no Restaurante Thapyoca, que fica no Biergarten, bem de frente para o Museu e oferece uma bela vista para o Rio Itajaí-Açu. É um dos meus preferidos aqui em Blumenau! Quem também gosta de ficar por ali, são as capivaras. Mas não se preocupe, elas ficam longe!!

Devidamente alimentados, agora é hora de continuar nosso pléripo, pela Rua XV. Passaremos pela Praça Dr. Blumenau, que tem um grande mosaico feito de cacos de azulejos, retratando o fundador da cidade. 

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Continuamos andando até nosso próximo ponto, a Catedral São Paulo Apóstolo. Suas missas, oficiadas pelo Padre João Bachman, pároco principal, lotam a igreja. Independente de sua religião, vá visitá-la e se encantar com seus vitrais. Em dias claros, a medida que o sol vai se movendo, vai formando imagens lindas. Inaugurada em 1958, seu campanário mede 45 metros de altura e os sinos representam Jesus, Maria e José. 

Um pouco mais a frente teremos o Castelinho da Havan, antiga Casa Moellmann. Construído em 1978, por um importante empresário blumenauense, é uma réplica da prefeitura de Michelstadt, cidade do sul da Alemanha. Hoje abriga a loja de departamentos Havan. Nas festas de final de ano recebe iluminação especial e fica ainda mais bonito.

De frente para o Castelinho, do outro lado da rua, temos a Feira de Artesanato, que está em um prédio da década de 40, em estilo art déco. Ali vocês encontrarão muitas lembrancinhas e souvenires.

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Feira de Artesanato. Esse é um dos prédio que tem sua fachada refletida na rua!

Mais alguns passos e chegaremos ao Teatro Carlos Gomes. Inaugurado em 1939, é um dos quatro teatros brasileiros a possuir palco giratório. Lendas povoam o imaginário popular, dando conta que sua fachada imita um quepe nazista.

Nada comprovado, mas o “disse me disse” sobre o assunto, nunca para!!! Eu eu adoro ouvir tudo! Durante o dia, em sua praça, é possível ouvir de clássicos a chorinhos, MPB entre outros ritmos. Eu mesma já parei por ali algumas vezes, só para apreciar a boa música.

Estamos chegando ao fim de nosso passeio. Mais um quarteirão e chegaremos ao prédio da Prefeitura. Construído no terreno onde ficava a antiga estação de trem da cidade, foi inaugurado em 1982 e utiliza a técnica enxaimel, além de ser inspirada em imóveis do período colonial. 

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Em frente ao prédio está a primeira locomotiva de Blumenau, trazida da Alemanha, em 1908. Recebeu o apelido de Macuca, pois seu apito e os ruídos da caldeira, lembravam o som das asas do pássaro macuco.

E assim termina nosso passeio. Uma caminhada considerável, eu reconheço, mas que vale a pena, pois assim é possível conhecer melhor, detalhes da cidade. Eu ando várias vezes pela XV durante a semana e nuca deixo de me encantar por alguma coisa, me habituei a olhar em todas as direções, para ver se descubro coisas novas!

Espero muito que vocês tenham gostado e que incluam Blumenau em suas próximas viagens, aqui pelo Sul do Brasil. E aguardem, pois em breve eu conto mais !

Ah! Uma sugestão. Ali pertinho, na Rua Amadeu da Luz, tem o Amantes do Café. Ambiente gostoso, com ótimos cafés, água, sucos, lanchinhos e uma torta Banoff (iguaria alemã a base de banana, canela e doce de leite) que é o must!!!

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SERVIÇO:

Museu da Família Colonial – Alameda Duque de Caxias, 64. Aberto de terça a domingo, das 10h às 16h, entrada R$ 5,00. Estudantes e acima de 60 anos, pagam meia.

Mausoléu Dr. Blumenau – Rua XV de Novembro, 161. Aberto todos os dias, das 10h às 16h. Entrada gratuita.

Museu de Hábitos e Costumes – Rua XV de Novembro, 25. Aberto de terça a domingo, das 10h às 16h (inclusive em feriados e não fecha para o almoço), entrada R$ 5,00. Estudantes e acima de 60 anos, pagam meia.

Museu da Cerveja – Praça Hercílio Luz. Aberto de segunda a sexta, das 09h às 17h. Sábados, domingos e feriados, das 10h às 16h. Entrada gratuita.

Restaurante Thapyoca – Praça Hercílio Luz. Aberto todos os dias. De segunda a sexta, buffet por quilo. Sábado, feijoada, e Domingo, buffet de comida típica alemã.

Amantes do Café – Rua Amadeu da Luz, 19. Aberto de segunda a sábado, das 09h às 21h.


Centro Histórico de Blumenau

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Casa de Doda
Sou a Márcia, gaúcha lá de São Leopoldo. Sou jornalista, gremista, leonina, corredora amadora, viajante e Editora do Casa de Doda! Aqui eu conto sobre os lugares por onde andei e as belezas que vi. E sobre o que eu não gostei, também!! Vem passear comigo.

11 COMENTÁRIOS

  1. Eu sou um apaixonado por lugares turísticos e sou muito curioso para conhecer a história do lugar em detalhes como vc colocou no post. Fiz um assim pelas ruas do rio e achei maravilhoso, cada cantinho tem todo um passado que a maioria desconhece. Eu ainda não conheço Blumenau, e não foi por falta de vontade, foi oportunidade mesmo. Depois de todas essas dicas só aumentou a vontade, já quero…. Adoro museus também e esses parecem super legais.

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    • Oi Evandro. Blumenau é muito bonitinha! Tem vários passeios legais. Desde o centro histórico, até trilhas, tour gastronômico, rota das cervejarias! É uma região (as cidades próximas são todas bem turísticas também) cheia de atrativos para todos os gostos. Venha nos visitar! Ahh já me inscrevi para o sorteio!! Beijos

  2. Adorei o post! Parece ser uma cidade linda, fiquei encantada com a arquitetura do lugar, eu como uma louca por fotografia não pude deixar de imaginar vários ângulos fotográfricos aí. E esse cemitério dos gatos?? Achei bem bacana, cidade bem linda, parabéns pelo post!

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