Pirenópolis, Patrimônio Histórico e Cultural do Brasil

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Pirenópolis, no estado de Goiás, é daquelas cidades que a gente conhece e se encanta na hora. Considerada Patrimônio Histórico e Cultural pelo IPHAN, está incrustada na Serra dos Pirineus, importante formação do Planalto Central e é uma das cidades mais visitadas do Cerrado Brasileiro.

Com uma história riquíssima e cercada de cachoeiras, não tem vivente nessa terra que saia de lá sem ficar com aquele gostinho de quero mais!

Dito isso vou deixar para vocês algumas dicas, para ajuda-los quando forem visitar a cidade. Seus pontos de interesse são relativamente próximos um do outro, o que facilita na hora do deslocamento. 

Inclusive, sugiro que vocês conheçam o centro histórico andando. Só atentem para o calor, que naquelas terras de Cerrado acaba sendo um pouco implacável! Já as cachoeiras, essas precisa ir de carro mesmo!

Mas chega de conversê e vamos ao que interessa 😉

Pórtico de entrada de Pirenópolis

Como chegar em Pirenópolis

Por sua boa localização, Pirenópolis é uma ótima sugestão de passeio bate e volta pois está a apenas 150 km de Brasília e a 130 km de Goiânia.

Fazendo Brasília – Pirenópolis:
  • BR-070, com passagem por Águas Lindas de Goiás, Cocalzinho e Corumbá (150 km)
  • BR-060, com passagem por Abadiânia (177 km)
  • BR-060, com passagem por Alexânia, Olhos D’água e Corumbá (156 km).

Ônibus – o trajeto é feito pela Viação Goianésia. Duração de 03h. Horários disponíveis: 07h30, 09h30, 14h e 17h30. Para maiores informações acesse!

Fazendo Goiânia – Pirenópolis:
  • BR-060 (BR-153), com passagem por Anápolis e GO-431(128 km)
  • GO-080 e GO-222, com passagem por Anápolis e depois GO-338 (129 km)

Ônibus – também é feito pela Viação Goianésia. Duração: 02h. Único horário disponível: 17h. Mais informações aqui!

Pirenópolis, mapa do centro histórico

Quando ir a Pirenópolis

Por ficar no cerrado brasileiro, Pirenópolis tem duas estações bem definidas: a chuva e a seca!

época das chuvas vai de outubro a março. E chove viu?! Tanto que nessa época recomenda-se não ir às cachoeiras, pois acontecem muitas trombas d’água.

Já e época da seca vai de abril a setembro. E é seco demais! Eu estive em Setembro por lá e foi complicado. A umidade do ar fica muito baixa o que acaba ajudando a aparecer queimadas. Mas é uma beleza para quem quer curtir as cachoeiras!

Mas se ir por ir não é sua vibe! Uma alternativa é visitar a cidade na época das festas folclóricas As Cavalhadas e a Festa do Divino. Elas acontecem nas semanas que antecedem as celebrações de Corpus Christi.

Pirenópolis e as Cavalhadas
Por todos os lados vemos Os Mascarados, que fazem parte do folclore da cidade.

Pirenópolis, sua história

Fundada em 1727 pelos bandeirantes Manoel Rodrigues Tomar e Urbano do Couto Menezes, que ali chegaram atraídos pelo garimpo de ouro, inicialmente foi chamada de Minas de Nossa Senhora do Rosário de Meia Ponte. Conhecidos por sua devoção, constroem cinco igrejas durante os anos de povoamento, que juntas formavam os extremos do perímetro urbano da cidade. 

Atualmente apenas três delas ainda permanecem de pé, a Igreja Matriz de Nossa Senhora do Rosário, a Igreja de Nossa Senhora do Carmo e a Igreja do Senhor do Bonfim. Com o fim do Ciclo de Ouro e a decadência das minas um novo ciclo começou na região: a agricultura, o comércio e mais recentemente, o turismo.

Carinhosamente chamada de Piri por seus habitantes, acabou se tornando a Piri dos visitantes! É conhecida por suas manifestações folclóricas como as Cavalhadas, a Festa do Divino e Os Mascarados, e também atrai a todos por suas lendas, histórias e causos. 

Hoje Pirenópolis tem em torno de 25 mil habitantes, seu povo é super receptivo e é denominado de Pirenopolino!

Centro histórico de Pirenópolis
Eu não resisto a um casarão colonial! Adoro!

As famosas Cavalhadas 

As Cavalhadas tiveram origem na Europa do século XIV e foram trazidas para o Brasil pelos jesuítas, depois de autorizados pela Coroa Portuguesa. É um movimento cultural de diversos grupos que acontece junto da festa do Divino. 

Homens e mulheres saem pelas ruas fantasiados e montados a cavalo se revesando em apresentações ao longo dos dias da festa. Uma senhorinha de disse que “é bonito demais da conta. A cidade fica cheia e muito divertida”, a contar pelas fotos que vi, eu não duvido!

Atrações da cidade

Suas principais atrações são o Centrinho Histórico, com casarões coloniais e ruas de pedra e, as famosas cachoeiras (que eu não tive tempo de ir), por isso em um dia bem aproveitado, é possível conhecer praticamente tudo na cidade.

Já para os amantes de trilhas o ideal é ficar pelo menos um final de semana, para poder curtir tudo e conhecer as cachus!

Centro histórico de Pirenópolis
Mais Mascarados! O legal que todo cantinho é bom para fazer uma foto!

O que fazer em Pirenópolis

Centro Histórico

Em 1989 o Centro Histórico de Pirenópolis foi tombado pelo IPAHN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), por entender que aquele era um conjunto arquitetônico, urbanístico, paisagístico e histórico.

A cidade mantém ainda casarões do século XVIII, todos perfilados sobre as ruas de pedras quartzíticas. Ali estão a Igreja Matriz, o Teatro Sebastião Pompeu de Pina, o Cine Teatro Pireneus, entre tantos remanescentes da época colonial.

Casario colonial
Igreja Matriz de Nossa Senhora do Rosário

A Igreja Matriz de Pirenópolis, dedicada a Nossa Senhora do Rosário, é o mais antigo monumento histórico do Estado de Goiás. Sua construção iniciou em 1728 por escravos, sendo finalizada em 1732, quando data o primeiro documento da igreja, a certidão de batismo de Jarbas Jaime.

Desde então sua estrutura já passou por muitas modificações, principalmente depois de um incêndio de grandes proporções, em setembro de 2002, que destruiu praticamente tudo, restando apenas algumas imagens.

Foi totalmente recuperada e restaurada e é um dos cartões postais mais importantes da cidade. Em seu anexo um pequeno museu guarda as imagens salvas do incêndio, entre outras peças de arte sacra.

A visitação pode ser feita de quinta a segunda, das 07h às 17h. Cobra-se uma taxa de R$ 2,00 por visitante, a título de manutenção. Contato: (62) 3331-1299

Igreja Matriz de Nossa Senhora do Rosário
Igreja Matriz de Pirenópolis, dedicada a Nossa Senhora do Rosário
Igreja de Nosso Senhor do Bonfim

Sua construção iniciou em 1750, ano em que a cidade recebeu a imagem de Nosso Senhor Jesus do Bonfim, trazida de Salvador pelo sargento-mor Antônio José de Campos, que conduzia um comboio de escravos para a cidade. Foi concluída em 1754.

Até 2012 celebrações eventuais como, casamentos e batizados, aconteciam na igreja. Quando nesse mesmo ano iniciam uma profunda restauração e descobrem as pinturas originais das paredes e do forro.

Das igrejas remanescentes da época colonial, é considerada artisticamente a mais rica. Foi reformada e restaurada com recursos públicos, mas hoje é um edifício particular de propriedade da Diocese de Anápolis.

Funciona para visitação de quarta-feira a domingo, das 12h às 18h. Taxa de R$ 2,00 por pessoa. 

Igreja de Nosso Senhor do Bonfim
Igreja de Nossa Senhora do Carmo e Museu de Arte Sacra

Foi construída entre os anos de 1750 e 1754, por Luciano da Costa Teixeira e seu genro Antônio Rodrigues Frota. O mesmo deu nome ao Morro do Frota. Segundo historiadores foi o terceiro prédio religioso a ser construído em Pirenópolis.

A igreja fica no Bairro do Carmo, que recebeu seu nome em homenagem à Santa, logo após a Ponte de Madeira, que marca a divisa com o Centro Histórico.

Dentro da igreja fica o Museu de Arte Sacra de Pirenópolis, que abre para visitação de quarta a domingo, das 11h às 17h.

Igreja de Nossa Senhora do Carmo
Ponte de Madeira
Museu do Divino Espírito Santo

O Museu está localizado no prédio da antiga Casa de Câmara e Cadeia, depois que o mesmo passou por restauração. É um passeio pela história da Festa do Divino de Pirenópolis, que acontece 50 dias após a Páscoa.

Seu acervo possui diversas peças, entre fotografias, textos e vídeos que contam para os visitantes a história e simbologia da festa mais esperada da cidade.

Funciona de quarta a domingo das 11h às 17h e fica no centro histórico, Avenida Beira Rio, s/n, bem em frente a Ponte de Madeira. Taxa de visitação RS 5,00. Contato: (62) 3331-3763

Rua do Lazer

A Rua do Rosário, mais conhecida como Rua do Lazer é o ponto de encontro de moradores e turistas. São diversos bares e restaurantes, com várias opções que vão da típica culinária goiana até comidas mais sofisticadas.

Mas a rua não foi assim sempre! Antes era apenas uma simpática e tranquila rua de casas coloniais, até que o primeiro comércio se instalou e dali em diante não parou mais. Hoje é um agito só.

Rua do Lazer, PIrenópolis
Essa foto da Rua do Lazer não ficou boa! Que pena.

Eu fui petiscar uma noite por lá e fiquei com minha turma na Taberna 1921. Bem gostoso. Mesinha na calçada, característica dos bares dali.

Mirante do Ventilador

Distante cerca de 9 km do centro de Pirenópolis, na estradinha que leva a algumas cachoeiras, está o Mirante do Ventilador. É um dos principais pontos turísticos da cidade, e oferece uma vista privilegiada da Serra dos Pirineus.

O lugar é simples e bem rustico. Nos fins de tarde fica lotado, pois assistir ao por do sol dali é um show! 

Mirante do Ventilador
Vista da Serra dos Pirineus, em pleno cerrado. A secura é uma característica da região, ainda mais no mês de setembro!

Cervejaria Casarão

No caminho para o Mirante do Ventilador notamos uma construção antiga, com cara de restaurante e resolvemos parar! Era a Cervejaria Casarão, inaugurada em maio de 2019. 

A micro cervejaria artesanal produz 7 tipos de cervejas, uma melhor que a outra e possui a primeira plantação de lúpulo de Goiás. Lúpulo proveniente da Serra da Mantiqueira. Eles oferecem visitação guiada, com degustação no final. Saiba mais sobre a visita.

Cervejaria Casarão
Cervejaria Casarão
Venda do Bento

A Venda do Bento está a uns 5 km do centro de Pirenópolis. Era uma antiga propriedade que foi transformada em um restaurante de comida típica e espaço de eventos. É considerado um dos melhores restaurantes da cidade e região. 

O casamento que eu era convidada foi realizado lá, ao ar livre, lindíssimo. E o buffet foi responsabilidade da Venda do Bento. Delicioso!

O lugar tem um acervo cheio de peças de várias décadas. São quadros, utensílios, ferramentas, moedas. Nossa é muita coisa! Eu adorei um espaço que recria um antigo armazém. Com aqueles rolos de papel para embrulhar as compras.

Venda do Bento, Pirenópolis
Venda do Bento, restaurante em Pirenópolis
Olha só essa mesa de doces? Será que eu me joguei ai?!!!

Eu fui para Pirenópolis, para o casamento de uma amiga e não fiquei tempo suficiente para ver tudo, mas para quem vai com tempo e pode curtir todos os museus e cachoeiras, deixo aqui a listinha dos lugares que eu ainda não conheci!

E vocês? Já estiveram por lá? Tem dicas? Me contem tudo. 

  • Museus Rodas do Tempo
  • Museu das Cavalhadas
  • Fazenda Babilônia

Cachoeiras mais próximas a cidade:

  • Parque Estadual dos Pireneus
  • Santuário Vagafogo: reserva particular com ecoturismo
  • Reserva do Abade: onde fica a Cachoeira do Abade
  • Reserva Ecológica de Vargem Grande: ali ficam as Cachoeiras Santa Maria e do Lázaro.
  • Cachoeiras Bonsucesso
  • Das Andorinhas
  • Usina Velha
  • Meia Lua

Cachoeiras mais afastadas:

  • Das Araras
  • Do Rosário
  • Do Lobo
  • Encantada
  • Paraíso
  • Do Dragão

O que fazer em Pirenópolis

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Sou a Márcia, gaúcha lá de São Leopoldo. Sou jornalista, gremista, leonina, corredora amadora, viajante e Editora do Casa de Doda! Aqui eu conto sobre os lugares por onde andei e as belezas que vi. E sobre o que eu não gostei, também!! Vem passear comigo.

2 COMENTÁRIOS

  1. Adorei seu relato sobre Pirenópolis, já deu vontade de fazer as malas para conhecer essa cidade cheia de histórias. Para quem vai fazer o trajeto de ônibus a sugestão é dar uma olhada no PassagensBR: https://www.passagensbr.com/home, eles tem passagem de ônibus com preços bem atrativos. Vale a pena dar uma conferida!

    • Oi Júlia, tudo bom? Pirenópolis é um encanto mesmo. Eu recomendo muito conhecer essa cidade. Que ótima dica sobre o ônibus.
      Obrigada pela visita. Beijo, Márcia

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