São Francisco do Sul, em Santa Catarina, é uma simpática cidade do Litoral norte do estado, que repousa tranquila às margens da Baía Babitonga. Colonizada por portugueses, é considerada a cidade mais antiga do estado e a terceira mais antiga do Brasil.
São Francisco do Sul está distante cerca de 200 km da capital, Florianópolis, a 50 km de Joinville e a 160 km de Blumenau. Para quem vem de mais longe, tem a facilidade dos Aeroportos de Joinville e Navegantes. Ou seja, uma cidade boa para visitar em um final de semana!
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Fazia tempo eu estava querendo conhecer São Chico, como é chamada carinhosamente pelos moradores, pois nas minhas pesquisas achei uma graça o casario colonial, com mais de 400 imóveis tombados, desde 1987, pelo Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.
São Francisco do Sul
Fundada em 1641, seu primeiro nome era Nossa Senhora da Graça do Rio São Francisco. Mas sua colonização mesmo se deu a partir de 1658, com a chegada do português Manoel Lourenço de Andrade com toda sua família, seus escravos, animais e equipamentos necessários ao desenvolvimento da agricultura.
Só que a sua história tem início bem antes, por volta de 1504, quando o navegador francês Binot Palmier de Gonneville aportou na região, depois de sofrer com uma forte tempestade durante sua jornada a caminho das índias.
O certo é que, com mais de 500 anos (513 para ser exata) a ilha de São Francisco do Sul foi sendo moldada pela diversidade cultural dos povos que a colonizaram, marcando fortemente suas tradições através de costumes e festas. E que também ajudaram a desenvolve-la.
São Francisco do Sul tem o maior porto catarinense e o quinto maior do Brasil. Além disso seus atrativos naturais, que são muitos, deixam o visitante sempre surpreso! Suas praias de águas calmas, os passeios de barco pelas ilhas, a Mata Atlântica preservada e os restaurantes de frutos do mar, levam turistas durante o ano todo para a cidade.
Passeando pelo Centro Histórico de São Francisco do Sul
Ficamos um dia e meio por lá, durante o feriadão de 12 de outubro. Mas para um primeiro momento foi suficiente, pois a cidade não estava cheia e assim conseguimos conhecer quase todos os pontos turísticos com calma, sem muvuca!!!
Para hospedagem escolhemos o Hotel Zibamba, que fica no Centro Histórico. Confesso que esperava mais do lugar. Não foi decepcionante, mas não foi aquela estadia tipo “uau nossa”!
O bom do Hotel é sua localização privilegiada, entre a Rua Fernandes Dias e Rua Babitonga, e de frente para a Baía Babitonga, o que permite ao visitante fazer tudo andando.
Por isso coloque um calçado confortável e bora caminhar, mas sempre atento aos detalhes que se abrem a cada passo!
Museu Nacional do Mar – Embarcações Brasileiras
Vamos começar nossa caminhada pelo Museu Nacional do Mar, que foi criado em 1991, com o objetivo de valorizar a diversidade do patrimônio naval brasileiro, reunindo exemplares de embarcações de todo país. O lugar é interessantíssimo e nos mostra a riqueza da nossa história naval contada através de 91 embarcações em tamanho natural e várias salas temáticas, divididas por regiões.
O Museu está instalado em 10 mil m², dos antigos galpões da Empresa Nacional de Navegação Hoepke, que foram totalmente restaurados para receber o rico acervo, vindo de várias partes do Brasil.
A empresa foi fundada em 1895 pelo alemão Carl Hoepke, para fomentar as atividades portuárias na cidade, como o comércio de madeira e erva-mate. Sua construção é um salto na mudança de arquitetura da cidade, que deixa de construir casas coloniais e passa às construções em estilo eclético europeu.
Endereço: Rua Manoel Lourenço de Andrade, 133 – Centro. Funcionamento: terça a sexta, das 9h às 17h30. Sábado, domingo e feriado: das 10h às 17h30. Ingressos: R$ 5,00. Meia-entrada: R$ 2,00. Crianças até 7 anos e adultos maiores de 60 anos: entrada gratuita.
Mercado Público
Inaugurado em 1900, foi por muitos anos o principal ponto comercial da cidade. Construído em estilo eclético, possui quatro entradas e um vão central. Como bom mercado portuário, fica ao lado de um atracadouro, onde antigamente as embarcações que chegavam com peixes e outras mercadorias, descarregavam.
Hoje abriga algumas lojinhas de artesanato, uma barbearia e um restaurante. Além de uma peixaria. Diria que o prédio carece de uma manutenção e pintura, mas ainda assim guarda seu charme, mesmo sendo um senhor centenário.
Igreja Matriz de Nossa Senhora da Graça e Museu de Arte Sacra
Primeira capela religiosa de Santa Catarina, completou 352 anos agora em 2017. Conta a história que navegadores espanhóis que iam rumo ao Rio da Prata, em 1553, foram surpreendidos por uma tempestade assustadora no meio do caminho.
Os tripulantes então se colocaram diante da imagem de Nossa Senhora da Graça, que traziam consigo no navio, pedindo a Santa que os livrasse do pior. Em retribuição prometeram que na primeira parada que fizessem, construiriam uma capela para ela.
E assim, aconteceu! Depois de alguns dias, quando avistaram terra firme, atracaram e ali ergueram a capelinha, em homenagem a Santinha que os havia livrado dos infortúnios da tempestade. As terras em questão eram São Francisco do Sul, onde deixaram a imagem da Santa, que até hoje esta exposta no altar da Igreja!
Em 1665 a capela, em estilo veneziano, foi ampliada e totalmente reformada, o que contribuiu para que a Vila fosse elevada a categoria de paróquia.
Na obra, realizada pelos próprios moradores com a ajuda dos escravos, foi utilizada argamassa com uma mistura de cal, conchas, areia e óleo de baleia.
Depois disso muitas reformas foram feitas. Atualmente a comunidade está em uma campanha para angariar fundos para uma nova reforma de sua estrutura e restauração do altar.
Um dos lugares muito bacanas no centro, é a Rua Dr. Luís Gualberto. Uma ladeirinha, de calçamento de pedra, rodeada de casas coloniais e de onde se avista a torre da Igreja Matriz e do outro lado, se chega ao Mercado Público. Prepare a máquina, celular o que for, pois o ponto rende ótimas imagens!!
Anexo a Igreja fica o Museu de Arte Sacra – Padre Antônio Manuel da Nóbrega. Inaugurado em 2013, tem cerca de 800 peças em seu acervo, e está voltado ao estudo, pesquisa e preservação de objetos de arte sacra.
Funcionamento do Museu de Arte Sacra: terça a sexta, das 9h às 17h30. Sábado, domingo e feriados, das 14h às 17h30. Ingressos: R$ 3,00. Acima de 60 anos: grátis. Endereço Praça Getúlio Vargas, 130 – Centro.
Prefeitura Municipal e Cine Teatro X de Novembro
Bem em frente a Igreja Matriz está o prédio onde fica a Prefeitura, da década de 1950, e que também faz parte do roteiro cultural da cidade. Atenção para o detalhe do balcão na lateral, de onde eram feitos os discursos das autoridades. Achei pomposo!
Também dos anos 1950, o Cine Teatro X de Novembro hoje faz parte da Fundação Cultural Ilha de São Francisco, que oferece várias oficinas de música e dança, além de funcionar ainda como uma sala de cinema, com capacidade para 445 pessoas. Quando vi os prédios me senti em um filme antigo!!!
Parque Ecológico do Morro do Hospício
Passando pelo Cine Teatro e seguindo em frente, chegamos ao Parque Ecológico Celso Amorim Salazar Pessoa, no Morro do Hospício. Ele fica pela rua dos fundos do Hotel Zibamba e para acessa-lo é preciso entrar pelo Centro de Atendimento ao Turista que tem ali.
Inaugurado em 2013, possui uma área de 16 mil m², com 500 metros de caminhada acessível. Ao longo de sua subida encontramos mirantes para apreciar a vista da Baia Babitonga, do Centro Histórico e do Porto de São Francisco.
Além da paisagem, os visitantes ainda podem observar os resquícios da capela São José, construída no século XVII e envolta em várias lendas!!! Eu não consegui ver, pois acho que ela estava meio escondida no matinho que cresceu ao redor.
Funcionamento do Parque: diariamente, das 9h às 18h. Entrada gratuita. Endereço
Rua Fernandes Dias, 69.
Museu Histórico Prefeito José Schmidt
Conhecido como “Palácio da Praia do Motta”, a construção do prédio foi iniciada no final do século XIX e concluída em 1914. Ali já foi a Câmara de Vereadores e a Cadeia Pública. O Museu Histórico foi restaurado e reinaugurado em 13 de dezembro de 1985.
Como Cadeia Pública, abrigou presos revolucionários da Guerra do Contestado. Suas características originais foram mantidas, inclusive as celas, as grades e as janelas de ferro.
O acervo do Museu é constituído de peças que contam a história da cidade, desde utensílios, vestuário, maquetes até documentos.
Funcionamento: de terça a sexta-feira, das 8h às 18h. Sábados, domingos e feriados das 11h às 18h. Ingresso: R$3,00 adulto. R$2,00 estudantes e crianças de 12 a 16 anos. Gratuito para: crianças de até 12 anos, idosos a partir de 65 anos. Endereço: Rua Cel. Carvalho, 1 – Centro.
Posto Texaco
O prédio, de 1937, é o mais antigo posto de combustíveis de Santa Catarina e considerado o quinto mais antigo da rede Texaco no Brasil.
Recebeu o nome de Posto Musse&Irmão e até hoje é administrado pela mesma família, fica no Largo Almirante Moraes Rego!
Eu achei uma gracinha. E foi aquela surpresa gostosa, de estar caminhando e, de repente, dar de cara com uma preciosidade dessas. 😉
Andando em frente, chegamos a um recanto super bonitinho, a Praia do Mota. Com um trapiche para contemplação da Baía e rodeado de casarões antigos. Uma das construções, na Rua Mal. Floriano Peixoto, me chamou a atenção, por ser imponente e com uma vista linda para a praia, a antiga residência da Família Görresen, datada de 1873.
Atualmente o prédio está à venda. Eu já fiquei imaginando ali um belo hotel ou mesmo um restaurante mais refinado.
Saindo do Centro Histórico, rumo às praias, passamos pelo Casarão da Família Rhinow, uma das mais belas edificações da cidade. Sem data definida para sua construção, apresenta forte estilo germânico e tem aproximadamente 400 m² de área construída.
Chama a atenção para as palmeiras imperiais que formam uma alameda, que chega até a porta principal do casarão. Algumas pessoas da família ainda moram lá, mas senti um certo abandono em seu entorno. Uma pena.
Eu sempre fico imaginando essas casas movimentadas, com festas de gala, pessoas rindo, crianças correndo no jardim!!!
Nosso destino era o Forte Marechal Luz, mas no caminho uma construção, com ares de hospital me chamou atenção e, claro, lá fomos nós subir um morro, para ver o que era!! Ao chegarmos lá, nos deparamos com o antigo prédio do Hospital de Caridade de São Francisco do Sul, fundado em 1859. Desde 2012 está abandonado e a mercê de vândalos e marginais, que usam o espaço para fazer de tudo. Mesmo carcomido é lindo e tem uma vista deslumbrante da Baía Babitonga.
Forte Marechal Luz
Por volta de 1822 os portugueses instalaram uma bateria de canhões no Morro João Dias, com o intuito de defender o litoral dos espanhóis, ingleses e franceses.
Com a importância adquirida pelo Porto da cidade, para o restante do Brasil, pois ali chegavam cargas valiosas de madeira e erva-mate, afim de manter a região ainda mais segura, e 1909 obras para uma fortificação são iniciadas e em dezembro de 1915 o Forte Marechal Luz é inaugurado.
Foi desativado em 1977 e em 1996 é aberto para visitação.
Funcionamento: diariamente, das 8h às 17h. Ingressos: R$ 2,00. Menores de 12 anos e maiores de 60 anos estão isentos. Endereço: Estrada Geral Do Forte, s/n – Ubatuba.
Francisquinha Citytour
Para quem não quiser percorrer a pé a extensão do centro histórico, é só pegar a Francisquinha Citytour! O trenzinho estilizado sai da frente da feirinha de artesanato e percorre todo o centrinho. O passeio dura em torno de 01h30.
Passeio a parte Continental de São Francisco do Sul
Vila da Glória
Depois de caminhar pelas ruas de pedra da cidade, apreciando seu casario colonial e histórico, que tal pegar a balsa e seguir para o outro lado, em direção a Vila da Glória, parte integrante do Distrito do Saí, situada na parte Continental de São Chico.
Com uma vista privilegiada da Baía Babitonga e suas ilhas, tem belezas naturais que encantam. Não a toa muitos dizem que é na Vila da Glória que estão as lindezas da cidade!
Além das riquezas naturais, como seus morros e serras, em meio a Mata Atlântica, e nas suas cachoeiras, as mais conhecidas são a da Serrinha e a do Casarão Backmayer, também possui o seu legado histórico, representado pela Capela de Nossa Senhora da Glória e em várias casas em estilo colonial.
Como chegar a Vila da Glória:
Barco Gloriamar – pelo Terminal Marítimo de Passageiros no centro histórico de São Francisco do Sul, que chega no Trapiche da Vila.
Carro – Quem vem por Joinville de carro, pode fazer a travessia pelo Ferry Boat no Vigorelli. Quem sai de São Chico mesmo de carro, pega o Ferry na região das Laranjeiras.
E ai, gostaram do passeio? Já conhecem São Francisco do Sul? Me contem o que acharam. Não conhecem ainda? Então não sabem o que estão perdendo! Sem agendem e venham visitar São Chico, tenho certeza de que irão adorar o passeio! 😉
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Obrigada pelo artigo, muito informativo. Estou planejando visitar a cidade e ajudou bastante para ter uma noção geral do lugar.
Oi Tainá, tudo bom?
Que legal que tu gostou do post e ele te ajudou! Fico muito feliz! Tenho certeza que vais gostar da cidade. Aproveite!
Obrigada pela visita. Beijo
Bom dia! Acabei de ler sua história e fiquei interessada em saber mais sobre São Francisco do Sul. Nós iremos em 14 pessoas para passar a virada de ano. O que vc indica, já que esteve por lá?
Estou um pouco perdida em relação a local e festividades no réveillon.
Desde já, agredeço.
Oi Rafaelly, tudo bom?
Que bom que gostou das dicas. São Chico tem muitas praias, onde geralmente acontecem festas à beira mar. Vou te enviar por e-mail algumas sugestões. Beijo