Museu Seringal, um passeio diferente em Manaus

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Museu Seringal Manaus
Quem vai para Manaus quer (e deve) visitar a floresta, conhecer a fauna maravilhosa que tem naquela terra, ir ao Encontro das Águas, comer um “xis caboquinho”, cheinho de queijo coalho e tucumã, e tomar uma bela tigela de açaí, entre os tantos atrativos que temos por lá!
Mas sempre tem algo novo para conhecer! Por isso eu quero incluir no roteiro de vocês um passeio bem legal e diferente (pelo menos pra mim foi!), o Museu Seringal – Vila Paraíso.

O Museu Seringal – Vila Paraíso está a 25 minutos de barco ou voadeira, saindo da Marina do Davi, que fica próxima ao Hotel Tropical. É só pegar a Estrada da Ponta Negra, ir direto até o fim dela que logo já estarão na Marina!

De lá saem barcos de passeio e os de transporte de passageiros, e lanchas particulares ficam ancoradas, só à disposição de seus donos, que costumam navegar pelo Rio Negro nos finais de semana (essa parte do comentário foi só pra constar!).

A viagem até o Museu já é um baita passeio, por que temos o prazer de curtir aquela natureza exuberante, além de navegar pelo Rio Negro, naquela imensidão de água!

Vista do Rio Negro
Chegada ao Museu. Olha a vista que se tem da varanda da casa principal!!!
Museu Seringal

O Museu Seringal foi originalmente criado para servir de locação para as gravações do filme A Selva, lançado em 2002. O filme, dirigido por Leonel Vieira, foi uma parceria entre Brasil, Portugal e Espanha, e recria a era de ouro do Ciclo da Borracha, oferecendo uma ampla visão da situação dos seringais naquela época.

No elenco nomes como o de Maitê Proença, Cláudio Marzo e Chico Diaz dão ainda mais peso à produção. Logo após o término das filmagens, o cenário é entregue ao Governo do Amazonas e em agosto de 2000, o Museu foi inaugurado.

As visitas ao Museu são acompanhadas por guias, que vão nos mostrando como era a vida do dono do seringal, o Barão, em sua casa cheia de conforto em comparação ao modo como viviam os seringueiros, seus empregados.

O roteiro da visita começa pelo trapiche, que é a entrada e em pouco mais de uma hora, percorremos todos os pontos de locação. É super bacana. Vem junto, acompanhando as fotos! 🙂

Trapiche de chegada

Do trapiche passamos pelo barracão de armazenamento da borracha, com rolos enormes que eram chamados de “pelas”.

Dali seguimos para o casarão do seringalista, com seus ambientes ricamente decorados e cheio de conforto, como um piano, para animar os saraus no seringal!

Casa do seringalista

Seguimos para o barracão de aviamento, onde os empregados compravam seus mantimentos, tecidos, utensílios para casa, lamparinas, tudo que precisavam. Era uma espécie de loja de departamentos.

A diferença era que pertencia ao seringueiro ou capatazes e assim, criava-se um círculo vicioso, onde o empregado nunca recebia seu salário, pois estava sempre devendo ao patrão. Complicado 🙁

No detalhe das fotos, maridão fazendo pose no armazém! Ao lado do barracão fica a Capelinha de Nossa Senhora da Conceição.

Capelinha de Nossa Senhora da Conceição

Casa de banho das mulheres, com banheira, perfumes e de frente para o rio, para que as senhoras se banhassem com tranquilidade. Eu ia gostar de ter um banheiro assim!

A trilha das seringueiras nos levam à casa do seringueiro. Um espaço simples, com o mínimo necessário para que o trabalhador sobrevivesse.

Com o calor que faz ali, mais o perigo das feras da floresta e os constantes maus tratos praticados pelo capataz, dá para se ter uma ideia de como era difícil a situação dos seringueiros, que viviam praticamente como escravos.

Enquanto isso as roupas do Barão e de sua família iam de navio para França, para serem lavadas! E eu ali, meio cangaceira, passando pela trilha!

Ao lado da casa do seringueiro fica o tapiri de defumação da borracha. Ao longo do dia o seringueiro ia sangrando as árvores e colocando uma canequinha para aparar o látex (líquido que forma a borracha).

No fim da tarde ele passava recolhendo todos e dai colocava em uma panelão, onde era defumado para formar as bolas ou rolos.

Depois dali passamos pelo cemitério cenográfico, estrebaria, casa da farinha e o barracão dos seringueiros, onde eles se reuniam no final do dia.

Cemitério cenográfico

E assim terminamos o passeio, depois de conhecer um pouco de como era o trabalho e a vida em um seringal. Espero que tenham gostado e que, em uma oportunidade de conhecerem Manaus, não deixem de visitar esse espaço tão peculiar.

Prainha no Rio Negro
No caminho de volta ainda é possível parar em prainhas como essa! Que tal?

MUSEU SERINGAL|ONDE FICA

Igarapé São João – Afluente do Igarapé do Tarumã Mirim (Zona Rural). Funcionamento: Segunda a sábado (exceto às quartas), das 9h às 15h, domingos, das 9h às 13h. 

Como chegar: somente por via fluvial. Barcos saem a cada meia hora da Marina do Davi, que fica no final da Estrada da Ponta Negra.


Museu Seringal - Vila Paraíso

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Casa de Doda
Sou a Márcia, gaúcha lá de São Leopoldo. Sou jornalista, gremista, leonina, corredora amadora, viajante e Editora do Casa de Doda! Aqui eu conto sobre os lugares por onde andei e as belezas que vi. E sobre o que eu não gostei, também!! Vem passear comigo.

2 COMENTÁRIOS

    • Oi Mariana! Os valores podem variar, dependendo da embarcação. Mas o próprio Museu orienta que as pessoas sigam até a Marina do David, no final da Estrada da Ponta Negra e usem canoa táxi da ACAMDAF, que é regulamentada.

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