Maranhão, mais um pouco do Baú da Doda

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Conforme combinado, hoje eu volto para continuar falando da nossa #roadtrip pelo Nordeste (a segunda, pois a primeira foi em 2005), das Férias 2007, no Maranhão e arredores! 

Vocês lembram que no post anterior eu terminei com o nosso passeio em Barreirinhas, de voadeira pelo Rio Preguiças? O passeio dura o dia todo, praticamente.

Hotel em São Luís do Maranhão

Nós chegamos de volta no hotel já era umas 17h e enquanto nos arrumávamos para fazer um lanche ou jantar, alguém disse: e se a gente voltasse pra São Luís hoje? Acho que aqui já deu o que tinha que dar. Nós nos olhamos e foi tipo um: “demorô”! E lá fomos nós de volta pra São Luís!!

Não tínhamos reserva em nenhum hotel, dai que chegamos à cidade e corremos atrás do prejú! Ficamos numa espécie de flat. Eram duas suítes, com sala, cozinha e sacada.

Hotel em São Luis do Maranhão

E tinha uma vista linda da praia. Eu não consegui lembrar qual é ou descobrir se ele ainda existe. Ampliei as fotos, olhei com lupa, mas nenhuma pista!

Dai que coloquei as fotos aqui e, caso alguém saiba, me conta por favor? eheheheh. É que nunca imaginei que esses detalhes me fariam falta um dia!

Hotel em São Luis do Maranhão

Como chegar até Alcântara – Maranhão

Bom, depois de uma ótima noite de sono, na manhã seguinte fomos atrás do que fazer. Queríamos passear!! E alguém nos falou sobre visitar Alcântara, que fica em frente a São Luís, do outro lado da Baía de São Marcos! O que aceitamos de pronto.

A maneira mais rápida de se chegar a Alcântara é de lancha, barco ou catamarã, saindo do Cais da Praia Grande (Rampa Campos Melo – 98 3232-0692), o que leva em média uma hora e quinze minutos dependendo da maré.

Os bilhetes variam de acordo com o tipo de embarcação: barco e lancha custam a partir de R$ 70,00 ida e volta. As saídas das embarcações dependem da maré, por isso partem no início da manhã, por volta das 07h30 até às 09h, e retornam no fim da tarde, por volta das 15h30.

Baía de São Marcos - Maranhão
Depois de quase uma hora navegando, começamos a avistar Alcântara.

Ah a maré! Isso foi algo que me chamou muito a atenção, o fenômeno da movimentação das marés. Saímos do Cais com o mar cheio, enorme! Na volta, o barco precisou parar na Praia da Ponta da Areia, por que a maré tinha baixado. 

De lá, uma van nos deixou no centro de São Luís. Na verdade, a frente de São Luís estava “seca”, como se ali não houvesse um mar. Achei aquilo muito tri!

Lendo a respeito vi que existem explicações para isso: as fases da lua, localização geográfica de São Luís e a proximidade da Linha do Equador, podem influenciar na vazante ou jusante.

Na volta, a maré tinha recuado muito. Tinha ficado só um mangue na frente da cidade. Estávamos na van, que nos trouxe até o centro.

Mas vamos colocar Alcântara no contexto histórico!? 

A cidade faz parte da Região Metropolitana de São Luís do Maranhão. Já foi aldeia tupinambá e se chamava Tapuitapera. Hoje tem uma das maiores áreas remanescentes de quilombos do estado.

Os franceses estabeleceram-se por lá no início do séc. XVII, logo sendo expulsos pelos portugueses. A povoação foi elevada a vila de Santo António de Alcântara em 1648 e foi durante o período colonial um importante centro agrícola e comercial.

É nesse momento que o Centro Histórico da cidade ganha os contornos que se conhece hoje. Erguem-se a Casa de Câmara e Cadeia, o Pelourinho, seus imponentes sobrados e igrejas.

Ladeira do jacaré
Ladeira do Jacaré, que leva ao Centro Histórico da cidade, cercada de casas coloniais.

Abaixo a Igreja de Nossa Senhora do Carmo (a mais conservada da cidade). Antigos casarões que hoje abrigam pousadas e o comércio local.

Mais uma da Ladeira do Jacaré. Eu, no Campanário da Igreja de Nossa Senhora do Desterro. A cena fofa de um doguinho tranquilo em sua janela, vendo o movimento dos turistas e o prédio da Prefeitura (um pedacinho dele!).

Pelas ruelas de Alcântara
Campanário da Igreja de Nossa Senhora do Desterro
Prédio da Prefeitura de Alcântara
Doguinho na janela

No séc. XIX a cidade entra num período de decadência e como dizem algumas pessoas, “torna-se a cidade que parou no tempo”. Andando por suas ruas, em meio às ruínas, é fácil entender por que dizem isso. Mas nada tira o encanto e o charme do lugar. É como se a gente se trasportasse até os séculos passados, imaginando tudo o que acontecia por ali.

Abaixo as ruínas da Igreja Matriz de São Matias, um dos cartões-postais de Alcântara, jamais foi totalmente concluída. Durante a construção, que começou em meados do século 17, era utilizada para cultos mas foi desativada em 1884.

Ruínas do Barão de Pindaré e do Palácio Negro (também antigo mercado de escravos), casarões que tinham a intenção de hospedar D. Pedro I, em sua visita à cidade, mas isso nunca aconteceu. Rua da Amargura, onde moravam os ricos barões (e onde fica o Palácio Negro).

ruínas da Igreja Matriz de São Matias
Ruínas da cidade de Alcântara

Visitamos o Museu Casa Histórica de Alcântara, que fica na Praça da Matriz e funciona de segunda a sexta-feira, das 09h30 às 16h30. Sábados, domingos e feriados, das 09h às 14h.

Seu acervo tem mobiliário, indumentárias, cerâmicas e azulejos que têm o objetivo de retratar a história doméstica do Brasil Monárquico (não achei uma foto da fachada do prédio, uma lástima, pois ele é lindinho).

Centrinho de Alcântara
Vista para a cidade, a partir do segundo pavimento do Museu.
Ilha do Livramento, Alcântara
Vista da Ilha do Livramento, também do Museu. São muitas as histórias a envolvendo. Inclusive de sereias, assombrações, homens misteriosos!

Passamos também pelo Museu Histórico de Alcântara, que fica na Praça do Pelourinho, num casarão do séc. XIX, revestido de azulejos (que eu não tenho foto!!).

Nas paredes, azulejos portugueses de diferentes estampas estão expostos. Alguns casarões, como esse da foto abaixo, ainda ostentavam suas fachadas com esse revestimento.

Uma coisa linda de ver. Mas dava um dó, pois eles tinham um aspecto tão mal cuidado. Pesquisando, descobri que esse casarão continua firme e forte!

Azulejos portugueses pelas casas de Alcântara, Maranhão
Azulejos portugueses pelas casas de Alcântara, Maranhão

Alcântara também tem a Casa de Cultura Aeroespacial. Um museuzinho, que expõe réplicas de foguetes já lançados pela CLA – Centro de Lançamento de Alcântara. Para quem não sabe desde 1983 a cidade é sede da base brasileira de lançamento de foguetes.

A escolha da cidade se deve por sua proximidade com a linha do Equador, que segundo os especialistas é favorável para os lançamentos. É considerada uma das melhores do mundo, devido a sua vantajosa posição a dois graus da linha do Equador.

Na América Latina é o único concorrente do Centro Espacial de Kourou, situado na Guiana Francesa. A entrada é gratuita. E eu não tenho fotos de lá 🙁 !!

E pra fechar este post, nós, sentadas à sombra, sem compromisso, em um dos tantos cantinhos bucólicos de Alcântara.

Espero que tenham gostado até aqui. No próximo eu termino (prometo!) de contar nossa andança. Agora falta pouco.

Baú da Doda no Maranhão


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Casa de Doda
Sou a Márcia, gaúcha lá de São Leopoldo. Sou jornalista, gremista, leonina, corredora amadora, viajante e Editora do Casa de Doda! Aqui eu conto sobre os lugares por onde andei e as belezas que vi. E sobre o que eu não gostei, também!! Vem passear comigo.

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